sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Festa à vista.

Essa notícia é a melhor coisa que podia acontecer hoje: um dia quante depois de um dia de chuva (ontem), quando as águas acabaram com uma pescaria de taraíra no açude do Luiz Mello. Aí vem essa notícia de mais um pescador ingressando na família, onde já há assadores, pescadores e outros mentirosos.
É provável que não vou para o casamento propriamente dito, mas tenho certeza que estarei e estaremos todos no "entre-ijuís". Ah, que grande festa faremos. O velho surumbático Claudino que abra as portas de uma vez de sua cantina e deixe rolar o bom vinho e a geladinha loira alemã. E que distribua charutos para todos os convivas (e conmortas também). Vou dar pessoalmente a notícia para o gato peludo da Thiana e para o Tobias, cão de guerra que se concubinou com o gato (dias desses vi os dois de conluio, um paparicando o outro).
Uma pescaria vai ser marcada para ninguém dizer que pertencemos àquela leva de pescadores mentirosos. E, depois da pesca, uma fritada de taraíra com polenta na casa da tia Janda.

3 de Julho de 2010



















Podem colocar na agenda, casamento marcado! Sera dia 3 de julho aqui no Texas. Depois do casamento gringo, vamos (se Deus quiser) pra entre-ijuis comemorar com a parentada. Esta ai a foto do futuro agregado (Joseph).

domingo, 24 de janeiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


Vô Abel
Saudade daquele cantinho perto do fogão a lenha. E do mate. E da ferraria. E das pescarias. E de tudo.

BENZEDURAS

Esta é uma homenagem ao "seu" Abel, sogro meu, pai, avô, bisavô, que também benzia nas horas vagas, "cortando obreiros".

BENZEDURAS
Crônica de Mário Simon

Você não acredita? Como todo mundo, certamente que não, mas que, paradoxalmente, que sim! Benzedura é assim como as bruxas: no lo creo, pero que las hai, las hai!

Benzedura é coisa do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Vem do antes tempo! De um tempo definitivamente enterrado pela cibernética. Aos poucos vão sumindo os velhos benzedores, as velhas curandeiras, as antiquíssimas senhoras que dominavam os mistérios dos cobreiros, das erisipelas, dos furúnculos encravados, dos unheiros e mijacões, dos sapinhos, dos panarícios, das espinhelas caídas, das bicheiras e barrigas d'água e de tantos dói-que-dói de antigamente.

Mas você não acredita! Nem nunca ouviu falar em unheiro ou em mijacão. Estes também vão sumindo. Tomaram outros nomes, mudaram de endereço, transferiram-se para outras regiões. O mijacão, tão popular, para onde foi? Este, conheci-o bem, instalado que esteve na sola do meu pé direito no verão de 1946. Dizem que se pegava quando a gente pisava num local onde um cachorro havia mijado. Daí, talvez, o nome mijacão.

Primeiro era uma coceirinha do tipo bicho-de-pé. Uma coceirinha agradável! Depois, um ponto amarelado seguido de uma dor infernal que obrigava o cristão a andar na ponta do pé. Então o remédio era colocar no local meio quilo de açúcar com banha de porco para chupar o furúnculo dolorido, diziam. Um mijacão equivalia a um trauma para o resto da vida, e não sabíamos. Até o coração mudava de lugar e batia, batia a noite toda lá na sola do pé.

Mas eu fui premiado, também, com um unheiro. Foi na ponta do indicador da mão esquerda. De repente não podia mais tocar em nada com esse dedo. Então surgiram mil remédios.

- O melhor que tem pra isso daí é enfiar o dedo no caldo de feijão fervendo até não aguentar mais.

Enfiei! Mas não comi o feijão. Os outros comeram porque não sabiam que eu havia praticado, no desespero, o remédio. Queimei o dedo, o que piorou a situação de meu indicador esquerdo.

- O feijão não resolveu? Mete o dedo na polenta quando está quase pronta. É muito melhor.

Não tive coragem. Não pelo dedo, mas pela polenta, tão cheirosa, bonitinha, redondinha na panela fazendo os últimos pluf-pluf. Foi por esses dias que dei com uma benzedeira.

- Vem lá em casa antes do sol nascer.

Mal o horizonte branqueou, lá me fui depois que uma noite inteira apontando o dedo para o céu me convenceu pela metade. A outra metade do convencimento veio de uma velha empregada da casa que dizia:

- Que mal hai numa benzida?

A benzedeira me esperava com um mate já lavado de tão madrugador. Com um olho no céu e outro na cuia, a velha senhora cuidava o nascente. E quando os primeiros piscos do sol adentraram na sala, ela me levou até uma porta que dava para o astro da luz. Mandou-me que colocasse o dedo em brasa no batente e foi fechando a porta devagar como que para esmagar o indicador quando eu menos esperasse. Confesso que temi pela minha integridade física. Só não saí em debandada porque ela ia proferindo palavras ininteligíveis, apelando para almas perdidas e outras coisas de fogo e de sombras.

O sol avançava, me lembro. E quando ele arredondou inteiramente, a benzedeira disse:

- Pronto! Se continuar doendo, volte aqui amanhã. Caso contrário, reze três pai-nossos e três ave-marias para as almas do limbo.Você não acredita? Nem eu acreditava. Mas não precisei voltar à casa da benzedeira. A dor foi sumindo no correr do dia e, à noite, pude dormir como um padre gordo. O unheiro desapareceu em dois dias. O que não me lembro é se rezei a penitência imposta pela velha benzedeira.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

FESTA SURPRESA


Pois é, cheguei aos 4.3 e fui contemplada com uma "festa surpresa" organizada pelo meu filho de 5 anos. Foi a semana inteira de reuniões secretas pelos cantos da casa, mas ele não me contou nada, conseguiu guardar segredo até o último minuto. Essas são as surpresas que a vida nos reserva e que bom que as temos.

Bjs a todos
Simone