terça-feira, 6 de abril de 2010

Meu tchau para o tio Carlos

Taí um cara que vai fazer falta. Pra mim não era só um tio, era um amigo e conselheiro, além de fazer um churrasco... Sempre dava um jeito atrasar o fogo pra deixar a picanha mal passada pro sobrinho que dormia demais... Pra mim isso sempre foi uma honra. Acho que pra ele também.

Aprendi a admirar o tio Carlos depois que eu já era grande. Provavelmente pelo fato de ele nunca ter sido muito brincalhão e extrovertido com os sobrinhos pequenos, mas principalmente pelo fato de, depois de adulto, eu conseguir olhá-lo nos olhos e conversar de igual pra igual e ouvir e compreender o que ele tinha a me dizer. Vi uma pessoa íntegra e carinhosa, com um humor refinado e palavras inteligentes e conselhos sobre a vida. Vi um amigo, um tio querido, prestativo e verdadeiro. Vi uma pessoa humilde mas com um coração nobre e grande que não cabe nas palavras.

Por razões geográficas, climáticas e logísticas não conseguiria chegar a tempo para me despedir de ti, mas aqui, mesmo longe, estou perto e quero deixar registrado o meu sentimento com a tua partida. A dor que eu sinto hoje e na última semana é realmente muito grande. Você deixará um vazio imenso em meu coração e deixará a nossa Familia órfã do "tio Carlinho"... Mas com certeza as lembranças e sentimentos bons serão maiores e mais intensos do que a dor e preencherão esse vazio e nos confortarão. No fim, vamos ficar bem.

Obrigado, tio Carlos, por ter me honrado com a tua convivência nesses meus 28 anos. Agradeço por você ter trazido a tia Shirley para a nossa família, essa tia sempre bem humorada, de sorriso expontâneo e coração tão grande quanto o teu. Agradeço por você ter feito o Gian, a Giana e a Ju, meus primos queridos que admiro e gosto muito. Agradeço por ter compartilhado a tua existência conosco e ter passado tantos domingos fazendo companhia para os meus pais aí em Santo Ângelo. Acredite, a admiração que eles têm por ti consegue ser ainda maior do que a minha.

Um beijo desse sobrinho que sempre terá boas lembraças tuas.

Fabinho

2 comentários:

  1. Minha referência em quase tudo sempre foi a minha mãe... Mas sei que a referência dela, em quase tudo, era o Tio Carlos...
    Foi ele que, quando pequenos, lhe dava a mão para levar ao colégio, e explicava as lições não tão bem entendidas... Foi ele que, nos piores momentos, lhe atendia ao telefone por horas, ou vinha para Florianópolis para atender aos desabafos e às necessidades... Ele era confidente e conselheiro, era amoroso e ao mesmo tempo razoável, e isso tudo nós, do alto dos nossos menos de 10 anos, percebíamos... e como percebíamos.
    Quando íamos para Santo Ângelo, era naquela linda casa da 25 que éramos acolhidos... E como se isso não bastasse, o Tio Carlinhos comprou um apartamento nos Ingleses, e nos permitiu compartilhar com ele e sua família muitos verões, em “acampamentos” na sala de estar e nos quartos, sempre de bom humor, sempre prestativo, sempre uma referência.
    Acabamos de voltar de Santo Ângelo... Foram momentos tristes, mas que nos trouxeram mais uma certeza da grandeza e amor da nossa família... Família que o Tio Carlos ajudou a construir, deixando um legado de referência de personalidade e caráter... de inteligência e amor... E isso, mais do que em sua esposa e filhos, está em todos que tiveram a felicidade de conviver e aprender com ele... o que sempre foi um imenso prazer.
    Amo vocês todos
    Fernando

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  2. Hoje eu acordei saudosa. Saudosa dos 7. 7 no amor, na alma, na alegria, na vontade de ser, de continuar sendo. Estou há 60 dias tentando não só escrever mas descrever qq coisa que traduza a dor, o amor, a saudade que se mistura à alegria das boas lembranças. Lembranças das longas conversas, do olhar crítico, do riso, da piada ensaiada. Do marido, pai, filho, irmão, tio, amigo, confidente, conselheiro, anjo da guarda. Quero lembrar prá sempre como vc era: discreto, disciplinado, coerente e ponderado. Assim o vejo e assim será prá mim, prá sempre. Te amarei prá sempre, meu irmão querido, prá sempre, e peço que Deus um dia acomode a dor da minha alma e me permita lembrar todo dia do "vai a pé por que qué".

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